segunda-feira, 12 de julho de 2021

Santa Cruz

 5 a Seco


O que me importa é a alegria, mostrar que veio pra ficar
Se hospedar no dia a dia e não se acomodar
Mas, o que somos nós?
São tantos sinais
Somos tão sós


sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

De Passagem

Cícero - De Passagem


Na onda leve da brisa do dia
Na onda longa do trem
Na brisa leve da vida do dia
Eu encontrei o meu bem

Não era fogo nem alegoria
Não era fuga também
Não era medo da melancolia
Era o dia de bem

O jeito dela levando meu tento
Iluminura no breu
O mundo dela lançando doçura
Na amargura do meu

A calma dela mudando meu rumo
As curvas dela também
Na estação do acaso
Eu encontrei o meu bem

E tudo foi desbotando até desaparecer

domingo, 7 de janeiro de 2018

Dorian

Agnes Obel - Dorian


Dorian, carry on,
Will you come along to the end?
Will you ever let us carry on?
Dorian, will you follow us down?

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Há quanto tempo você tem onze anos?

Calvin Harris - Sweet Nothing ft. Florence Welch



“- Vocês, Hempstock, não são gente – falei.
- Somos, sim.
Fiz que não com a cabeça.
- Aposto que essa não é sua aparência de verdade – falei. – Não exatamente.
Lettie deu de ombros.
- Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro. Nem você. Nem eu. As pessoas são muito mais complicadas que isso. É assim com todo mundo.
- Você é um monstro? Como a Ursula Monkton?
Lettie jogou uma pedra no lago.
- A meu ver, não – respondeu. – Existem monstros de todos os formatos e tamanhos. Alguns deles são coisas de que as pessoas têm medo. Alguns são coisas que se parecem com outras das quais as pessoas costumavam ter medo muito tempo atrás. Algumas vezes os monstros são coisas das quais as pessoas deveriam ter medo, mas não têm.
- As pessoas deveriam ter medo de Ursula Monkton – falei.
- Talvez sim, talvez não. Do que você acha que a Ursula Monkton tem medo?
- Sei lá. Por que você pensa que ela tem medo de alguma coisa? Ela é adulta, não é? Os adultos e os monstros não tem medo de nada.
- Ah, os monstros têm medo – disse Lettie. – É por isso que são monstros. E os adultos... – Ela parou de falar, coçou o nariz sardento com um dedo. - Vou dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no mundo inteirinho.”
                                                              -x-

“- Ela será a mesma?
                A velha senhora deu uma gargalhada, como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada do universo.
                - Nada nunca é igual – respondeu ela. – Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e se revolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos.”
  -x-

                “- É verdade? – perguntei, e me senti um tolo.
                De todas as perguntas que eu poderia ter feito, aquela foi a que acabei fazendo.
                A velha sra. Hempstock deu de ombros.
                - O que você lembrou? Provavelmente. Mais ou menos. Pessoas diferentes se lembram das coisas de jeitos diferentes, e você nunca vai ver duas pessoas se lembrando de uma coisa da mesma forma, estivessem elas juntas ou não. Se elas estiverem uma ao lado da outra ou do outro lado do mundo, isso não faz a menor diferença.”
 -x-

                “Não tenho saudade da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em coisas pequenas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam. Eu não podia controlar o mundo no qual vivia, não podia fugir de coisas nem de pessoas nem de momentos que me faziam mal, mas tinha prazer nas coisas que me deixavam feliz.”
  -x-

"As memórias de infância as vezes são encobertas e osburecidas zelo que vem depois como brinquedos antigos esquecidos no fundo do armário abarrotado de um adulto, mas nunca se perdem por completo."
  -x-

“O trabalho vai bem, obrigado, eu diria, sempre sem saber como falar do que faço. Se conseguisse falar, não precisaria fazer. Eu faço arte, às vezes arte verdadeira, e às vezes isso preenche os espaços vazios da minha existência. Alguns. Nem todos.”
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“Adultos seguem caminhos. Crianças exploram. Os adultos ficam satisfeitos por seguir o mesmo trajeto, centenas de vezes, ou milhares; talvez nunca lhes ocorra pisar fora desses caminhos, rastejar por baixo dos rododendros, encontrar os vãos entre as cercas.”
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"Eu vi o mundo no qual andara desde o meu nascimento e compreendi sua fragilidade, entendi que a realidade que eu conhecia era uma fina camada de glacê num grande bolo de aniversário escuro revolvendo-se com larvas, pesadelos e fome."
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“Deito-me na cama e me perco em histórias. Gosto disso. Os livros são mais seguros do que as outras pessoas mesmo.”
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"Livros são mais confiáveis que pessoas, de qualquer forma."
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“Fui para longe na minha cabeça, em um livro. Era para onde eu ia sempre que a vida real ficava muito difícil ou inflexível.”
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“Você não é aprovado ou reprovado em ser uma pessoa, querido.”
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“(...)- Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...”
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“Como você pode ser feliz nesse mundo? Você tem um buraco no seu coração. Um caminho dentro de você para terras além do mundo que você conhece. Esses caminhos vão te chamar, no decorrer da sua vida. Nunca haverá um segundo no qual você conseguirá esquecê-los, no qual você não estará procurando por algo que não pode ter, algo que você não consegue sequer imaginar direito, e a falta disto irá arruinar o seu sono e o seu dia e a sua vida, até que você feche os olhos pela última vez, até que os seus entes queridos lhe deem veneno e o vendam para anatomia, e ainda assim você morrerá com um buraco dentro de você, e você irá lamentar-se e praguejar por uma vida mal vivida.”


Livro: Oceano no Fim do Caminho
Autor: Neil Gaiman

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Anatomia

Vök - If I Was (Live on KEXP)


(Body World Amsterdam)


             "Embora eu tivesse uma imaginação bastante fértil na infância, e fosse propenso a pesadelos, convenci meus pais a me levarem ao museu de cera Madame Tussauds, em Londres, quando tinha seis anos, porque queria visitar a Câmara dos Horrores, esperando encontrar as Câmaras dos Horrores dos filmes de monstro sobre as quais eu lia nos quadrinhos. Minha expectativa era poder vibrar com os bonecos de cera do Drácula, do Frankenstein e do Lobisomem. Em vez disso, fui guiado por uma sequência aparentemente interminável de dioramas mostrando homens e mulheres comuns, de olhar desalentado, que haviam assassinado outras pessoas — geralmente inquilinos e os próprios familiares — e, por sua vez, também haviam sido mortos: por enforcamento, na cadeira elétrica, em câmaras de gás. A maioria era retratada ao lado das vítimas em situações estranhas de convívio social — como por exemplo sentados a uma mesa de jantar, possivelmente enquanto os familiares envenenados davam seu último suspiro. As plaquinhas que explicavam quem eles eram também me informaram que a maioria havia assassinado a família e vendido os corpos para a anatomia. Foi aí que, para mim, a palavra anatomia ganhou um quê de pavor. Eu não sabia o que era anatomia. Só sabia que a anatomia fazia as pessoas matarem os filhos."


Neil Gaiman - O Oceano no Fim do Caminho

sábado, 23 de dezembro de 2017

O Jogo do Anjo

Carlos Ruiz Zafón - O Jogo do Anjo

 "A bibliotecária riu com vontade e olhou-me longamente, olhos nos olhos.
- Diga-me uma coisa, Ignatius B., quem partiu seu coração com tanta raiva?
- Vejo que sabe ler mais que livros.
Ficamos sentados na mesa alguns minutos, contemplando o vaivém dos garçons no salão da Casa Leopoldo.
- Sabe o que é bom nos corações partidos? - perguntou a bibliotecária.
Neguei.
- É que só podem se partir de verdade uma vez. O resto são apenas arranhões."

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Coca-cola


Trazendo desde já os ânimos pro Natal =)

20/12/17

NH/RS